quarta-feira, 22 de julho de 2015

EGITO ANTIGO: PROCESSO DE MUMIFICAÇÃO DE PESSOAS E ANIMAIS


Quando decidi visitar o Egito veio em mente uma série de indagações: cultura, religião, economia, arquitetura e etc... isso em diferentes épocas, mas quando o assunto é antigo Egito fico fascinado com o processo de mumificação  e a preocupação das pessoas com a vida após a morte.

                                               pirâmide de Quéops foto tirada em 2015 


ANIMAIS MUMIFICADOS


Segundo a egiptóloga Salima Ikram, professora da Universidade Americana do Cairo, existem basicamente três razões pelas quais os egípcios mumificavam os animais. Alguns eram animais de estimação e acompanhavam o dono durante a eternidade; existem casos de reis enterrados com leões, macacos e cães a seu lado. Outros animais (ou pelo menos parte deles) eram conservados como alimento. As melhores costeletas, bifes do lombo e pombos eram salgados, secados e enrolados em linho como merendas gourmet para o caminho do além.





O caso mais interessante é, no entanto, o daqueles que eram mumificados por serem considerados representações vivas de um deus. O touro Ápis era adorado por simbolizar virilidade e força. Durante a sua vida, foi guardado num santuário especial, assistido por padres, ornamentado com jóias e ouro, e adorado por multidões. Quando morreu, acreditou-se que a sua essência tinha sido transferida para outro touro e assim começou a busca por um novo animal de adoração. Entretanto, o corpo de Ápis foi transportado para o templo e a sua mumificação durou cerca de 70 dias...




 

Para as múmias mais conhecidas havia festivais anuais nos seus templos, que se tornavam em autênticas feiras com música e dança. Centenas de milhares de crentes vinham de terras remotas e acampavam perto dos templos para cultos que duravam dias e incluíam a venda de pequenas múmias como amuletos pelos sacerdotes.

As múmias eram um verdadeiro negócio que empregava um grande número de trabalhadores especializados, mas muitas vezes era “vendido gato por lebre”. Quem comprasse um animal mumificado para ter em casa e abençoar o lar, podia encontrar um animal mais barato dentro das tiras de linho, ou simples blocos de barro: não que o comprador chegasse a saber, pois as múmias eram vendidas para adoração e nunca eram desenroladas...

MUMIFICAÇÃO DE PESSOAS 

Os egípcios acreditavam muito na vida após a morte e eles também acreditavam que a alma da pessoa ia a tribunal do deus Osíris para ser julgada. Em caso de absolvição, a alma podia reocupar o corpo ao qual pertencia, mas para isso ela deveria estar bem conservada, e por isso eles mumificavam os mortos. 

A mumificação é um processo por meio do qual se evitava a decomposição do cadáver transformando-o em múmia que era colocado num sarcófago e conduzido ao túmulo. Junto dos sarcófagos costumava-se deixar jóias, armas e alimentos e animais também mumificados que posteriormente, segundo se acreditava, que teria grande utilidade ao morto.

O deus Anúbis era uma forma de antropozoomorfísmo, isto é, ele tinha sua cabeça de um chacal e um corpo de humano. As múmias mais antigas datam do Período Pré-Dinastico, anterior a 3000 a.C. A partir daí as técnicas se tornaram cada vez mais obsoletas, e no século II d.C. – já no período romano – a mumificação, embora ainda praticada, estava longe de apresentar os resultados de outrora. 

Nessa época o costume já estava sendo abandonado dando ao alastramento do Cristianismo – religião com propostas totalmente diferentes em relação à vida após a morte. Inicialmente a preservação era realizada apenas nos corpos de membros da realeza e classes mais elevadas, mas com o transcorrer da história egípcia a prática tornou muito mais popularizada. 

De qualquer forma o processo, exigia certos recursos que o limitavam aos mais abastados. A mumificação era um processo bastante complexo e demorado. O sacerdote (embalsamador) começava por retirar o cérebro do morto, com um gancho, por meio das narinas. Depois, faziam um corte no lado esquerdo do corpo, retirando os orgãos, que eram colocados em vasos próprios e guardados no túmulo, há exceção do coração, que, por ser necessário na outra vida, era recolocado no seu lugar.

Fontes:
 National geographic
Antigomundo.blogspot.com